sexta-feira, 13 de outubro de 2017

A vida é uma maratona.






Todos os dias, durante a semana, eu acordo bem cedo, por volta de 5 ou 5 e meia, tomo um café leve, visto um short e camiseta e vou praticar um pouco de esporte.
Começo com um caminhada em ritmo de marcha, algo em torno de 5 km, passo para os aparelhos, volto a fazer alongamento e começo as aulas de tai chi chuan. Termino por volta das 10 h.
Por mais que a gente tente se concentrar no que está fazendo, acaba sempre prestando um pouco de atenção no que acontece ao redor. E acabei notando uma coisa interessante: via de regra, as pessoas que estão mais fora de forma são as que vão com mais fome ao pote. É o gordinho que quer correr, dá um pique, para bufando, anda um pouco, recomeça e, depois de um dia ou dois, desaparece. Os idosos que sempre levaram uma vida sedentária e se atiram feito louco nos aparelhos, quase sempre de maneira inadequada, fazem alguns movimentos bem rápido, se cansam e ficam conversando uns com os outros.
Excetuando-se alguns atletas na verdadeira acepção da palavra, as pessoas que estão em forma e são contumazes nos locais, fazem caminhada, exercitam-se moderadamente preocupando-se em executá-los corretamente.
Sabem que é melhor menos, corretamente, do que mais da maneira errada. E, como não tem a pretensão de serem ginastas profissionais o fazem obedecendo aos seus limites.
Assim é a vida: uma corrida de longa distância que exige constância e perseverança. Quem vai com muita sede a pote costuma quebrar a cara, ou abreviar a duração da corrida.
Desconsiderando-se a qualidade artística ou gosto pessoal, o que é melhor: ser Jimi Hendrix ou Rolling Stones ?
Bem, Neil Young, em sua homenagem a Johnny Rotten do Sex Pistols, disse que "It's better to burn out than a fade away...".
Mas, cá entre nós, em se tratando da vida é melhor não meter o pé na jaca e viver mais e com melhor qualidade de vida.
E não estou falando em ser todo certinho, senão não daria como exemplo os Stones. Os caras definitivamente não são anjinhos, mas se cuidam e ainda mandam bala com mais de 80 anos cada. Mick Jagger tem aquele corpinho e dança durante todo os show a troco de que? Você acha, realmente, que ele não se cuida?
Claro que, como todo mundo, de vez em quando (minha mulher diria que de vez em sempre), eu meto o pé na jaca. Ás vezes a preguiça me ataca e tenho uns momentos de sedentarismo, mas eu procuro reagir e voltar a me movimentar.
E, graças a Deus, não tenho que me privar de nada. Adoro carne gordurosa, comida pesada e cheia de tempero. Mas, por outro lado, não dispenso uma boa salada, frutas e sucos.
Não bebo porque não gosto, nem fumo, mas de vez em quando curto um baseado. Não é recomendável, mas que porra a gente tem direito a um pouco de prazer na vida.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

O GOLPE




A motocicleta devorava o asfalto com um apetite insaciável. Que máquina! Também, a BMW S1000XR tinha custado mais de 20.000 dólares, um valor impensável há apenas 6 meses atrás. Ah! Mas que maravilha! Seus 160 cavalos para pouco mais de 200 kg eram puro tesão. Era um prazer quase sexual apontá-la para a frente sem se preocupar para onde a estrada ia. Só outro motoqueiro poderia entender o significado de uma viagem de moto, pois como dizia um antigo anúncio da Honda: "você nunca vai ouvir um motoqueiro perguntar - Falta muito para chegar?".

Tudo o que necessitava estava no bagageiro da moto: passaporte, cartões de crédito, cheques de viagem, algumas mudas de roupa, Ipad Pro, câmera fotográfica, kindle entupido de livros, lanterna, reparo de pneus, canivete suiço, cadeado e uma nécessaire com artigos de higiene pessoal. E, claro, meu player de música Sony High Resolution com dois cartões de memória de 128GB recheados com as músicas sem as quais eu não podia viver.

Minhas primeiras recordações, quando tinha algo em torno de 7 anos, era de uma vida de muitas dificuldades. Meu pai trabalhava em um distribuidora de artigos escolares e minha mãe ajudava lavando roupa para os vizinhos. Nunca passamos fome, mas sempre passamos vontade. Os outros garotos sempre tinham uma mesada para comprar um lanche ou um doce quando tinham vontade e eu os invejava.

Quando completei 15 anos comecei a trabalhar. |Ninguém me sugeriu, mas como meus pais não podiam me dar as coisas que desejava, eu tive que ir à luta. Antes disso tinha feito alguns bicos nos finais de semana e nas férias, só que ainda era muito pouco para mim. Então, quando comecei a trabalhar  com carteira registrada, as coisas melhoraram sensivelmente. Comecei ajudando o contador a classificar e fazer lançamentos contábeis. Depois de um ano, embora ainda muito jovem, o contador foi paulatinamente me incumbindo de maiores responsabilidades.

Aos 18 anos comecei o curso de administração de empresas em uma universidade federal. Como sempre fui um aluno dedicado, pois acreditava que estudar seria meu passaporte para uma vida melhor, conclui o curso com ótimas notas. Quando apresentei meu diploma para o RH da empresa fui imediatamente promovido para  o departamento financeiro. Com a experiência adquirida na contabilidade foi relativamente fácil me adaptar à nova função.

Foi nessa época que começou o meu enrosco com a secretária do diretor financeiro. Judith tinha 30 anos e era uma belezura! Embora fosse bem mais velha que eu, não fazíamos um par tão estranho pois ela era mignon e tinha cara de menina.Além disso, Ju como eu a chamava, era fogosa e adorava sexo. Nada era estranho ou proibido. Para um cara que havia acabado de descobrir que a vida não se resumia a "papai e mamãe" era descoberta atrás de descoberta. E eu me lambuzando...

Um dia, quando estávamos comendo um lanche no MacDonald's pois era final de mês e a grana andava curta, ela comentou sem mais nem menos que na sala do diretor havia um cofre com milhares de dólares do caixa 2 da empresa. Como era uma multinacional alemã havia sempre a necessidade de dinheiro disponível para os executivos viajarem para a matriz ou outras filiais.
- Puxa aquele montão de dinheiro dando sopa na firma e a gente comendo Big Mac. Reclamou Judith.
- Pois é, mas infelizmente o dinheiro não é nosso. Eu disse.
- É, mas um dia me dá na louca e eu passo a mão em toda aquela grana! Exclamou Judith, gargalhando em seguida.
Comemos o lanche e mudamos de assunto.

Mas o assunto era por demais atraente para ser deixado de lado e uma noite, quando reclamei de uma conta enorme que acabara de pagar para o mecânico consertar o câmbio de meu carro popular, o assunto voltou à baila.
- Tá vendo? Se tivéssemos passado a mão nos dólares não estaríamos contando moedas!
- Sabe que você tem razão. Mas como a gente poderia fazer a coisa?
- Já pensei em tudo: em primeiro lugar a gente tem que conseguir uma cópia da chave do cofre. Isso eu posso conseguir fácil. A gente faz que nem os caras nos filmes e tira um molde em cera de cada lado. Depois manda fazer uma cópia.
- É, mas tem que ser uma boa quantia, porque se sujar a toa não vale a pena. Além disso pode dar até cadeia.
- Que cadeia que nada! Como é caixa 2 eles não podem nem prestar queixa. Além disso a firma tem uma reputação a zelar e não vai querer seu nome no noticiário policial. Quanto ao valor a gente começa a prestar atenção e da o golpe quando o cofre estiver cheio.

A cópia da chave foi conseguida rapidamente, sendo inclusive testada no cofre para evitar qualquer contratempo. No dia do teste havia uns 1000 dólares no cofre. Rapaz, eu fiquei tentado a pegar uns trocos para mim, mas Judith foi categórica:
- Não pegue nenhum centavo para que não desconfiem. Vamos ter paciência que o nosso dia vai chegar.

Em meados de maio ficamos sabendo que a empresa iria mandar 10 funcionários para uma feira de negócios em Tóquio no mês de setembro.
- Acho que o nosso dia está chegando meu menino...pode se preparar porque logo vão começar a chamar os doleiros para abastecer o cofre.
Não deu outra. Pelo menos uma vez por semana vinha um doleiro trazendo um pacote para o diretor financeiro. A cada vez Judith abria um grande sorriso e piscava para mim. E eu com uma grande sacola escondida na gaveta da minha mesa.

Em agosto os astros se conjuminaram para facilitar tudo. O diretor financeiro viajando, o cofre abarrotado, todo mundo voltando cedo para casa para assistir o jogo do Brasil na Copa do Mundo. Quando ficamos a sós entramos na sala do diretor, abrimos o cofre e enchemos a sacola até a boca.
- Puta que pariu! Nunca vi tanto dinheiro!
- Se controla garoto que não queremos que nada dê errado. Leve o dinheiro e esconda em um lugar seguro como combinado. Amanhã você vem para cá como se nada tivesse acontecido. E nada de fazer corpo mole: por mais que insistam você nega tudo e não sabe de nada. Quando a coisa esfriar a gente pede demissão e vai gozar a vida.
- Tá certo Ju. Já está tudo arrumado como combinado. Amanhã de manhã eu estarei aqui na primeira hora e na maior cara de pau.

Foi só depois de 3 dias, quando o diretor voltou que a coisa veio à tona. Como esperado ninguém sabia de nada. Tudo ocorrera na maior normalidade desde a viagem do diretor e ninguém pode dar qualquer tipo de informação. O diretor espumava de ódio mas não havia o que ser feito, exceto amargar o prejuízo.

No início de setembro, ao voltar para casa sozinha depois de tentar falar comigo por 3 dias sem sucesso, Judith encontrou um pacote contendo 10.000 dólares e um bilhete no qual eu pedia mil desculpas mas o dinheiro seria suficiente para apenas uma pessoa viver bem.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

O PACTO



               Ele olhou o vidro estilhaçado da janela filtrando os raios de sol que lançavam um foco de luz sobre o chão que também já vira dias melhores. A escrivaninha atulhada de papéis e coberta de poeira lhe cobrava os trabalhos que deixaram de ser feitos há muito tempo.

               Não se lembrava exatamente quando as coisas começaram a desandar. O fato é que , quando começava a se animar, achando que tinha chegado ao fundo do poço, algum acontecimento vinha tornar a sua vida ainda pior.

               E pensar que, menos de três anos atrás, sua vida corria muito melhor do que poderia jamais sonhar. Tinha sido editor de uma das mais prestigiadas revista de arte do país. Era sempre requisitado para festas e recepções, onde as pessoas disputavam a sua atenção e ficavam atentas às suas idéias e críticas.

              Sub-repticiamente, como um câncer corroendo um organismo sadio, as coisas começaram a descer ladeira abaixo. Não foi um fato ou acontecimento específico que desencadeou o processo, mas as coisas começaram imperceptivelmente a dar errado, carregando-o para o buraco no qual agora se encontrava.

               Sentado no sofá fitava a poeira que turbilhonava na contraluz quando sentiu a presença dele. Voltou-se lentamente sem se assustar, como se fora uma presença há muito aguardada.

               - É...parece que as coisas não vão indo lá às mil maravilhas, não é mesmo?

              - Bem, eu diria que, há quem viva melhor.

              - Eu posso dar um jeito em tudo, deixando as coisas exatamente como você desejar.

              - Eu sei...mas esse é um preço que não estou disposto a pagar.

              - Tá certo, afinal a vida é sua. Mas qualquer coisa é só me chamar. A qualquer hora, do dia ou da noite. Eu me orgulho de levar o trabalho a sério e funciono 24x365. Dito isso desapareceu sem qualquer ruído.

               Essa foi a primeira vez.

          Ás vezes ele ficava meses sem aparecer. Então, de repente, sem mais nem menos ele se materializava na sua frente.

            - Rapaz, não sei como consegue ficar sem água! Sem luz até dá para entender, mas sem água?!!!

               - O vizinho da frente é gente fina e me deixa tomar um banho de vez em quando, além de fornecer água num balde que deixo para alguma eventualidade. Nem louça eu tenho que lavar, já que como todo dia no Bom Prato.

               - Se você diz...

               - Claro que sim! Mas ele já tinha desaparecido.

               Foi então que ele foi despejado e toda sua vida se resumiu a uma mochila com algumas roupas e alguns livros que ele se recusava a abandonar. Seus dias passaram a ser uma rotina de busca por uma refeição grátis e um lugar seco para dormir.

               - Você é um cara de opinião! Isso ninguém pode lhe negar.

               - Oi. Você sumiu. Tava com saudade...

               - Já ouvi de tudo dos humanos, mas esta é a primeira vez que alguém me diz isso. E o pior é que eu sei que você está sendo sincero.

               - Bem, não tenho nada contra os seres humanos, mas é que com você eu posso ser eu mesmo. Mesmo porque nem adianta tentar mentir para você.

               - Falando nisso, a sua saúde está cada vez mais debilitada. Tente se alimentar melhor e procurar um posto de saúde. Infelizmente não posso te ajudar com isso.

               - Não se preocupe que aqui ainda tem muita lenha prá queimar.

               Como não tinha nada melhor para fazer, no dia seguinte foi num pronto socorro consultar um médico. Diagnosticado com pneumonia aguda foi internado imediatamente, começando a receber medicação e alimentação adequada. O médico porém deixou claro que não havia o que fazer, além de tentar deixá-lo confortável.

               - Você queria falar comigo?

               - Queria bater o martelo no nosso pacto.

               - Mas você tem menos de uma semana de vida! E para isso eu não tenho a solução. O único que já ressuscitou alguém foi o cara lá de cima. Eu só posso mexer nos pauzinhos para as coisas acontecerem enquanto você estiver vivo. E, no seu caso, não vejo vantagem...

               - Eu sei...você sabe que eu tô fudido mas não perco a pose. Então que fique bem claro que é uma escolha consciente, sem que eu leve vantagem alguma.

               - Não estou entendendo...

               - Ora, eu quero a sua companhia para toda a eternidade. Ninguém foi tão fiel e interessante durante toda a minha vida...e, cá entre nós, o céu deve ser chato prá caralho!



sábado, 10 de dezembro de 2016

A escolha





Tudo começou como uma brincadeira de adolescentes.
Os garotos se declarando à menina no ponto de ônibus enquanto esperavam a condução que os levaria para casa.
Mas, sem que os meninos se apercebessem, foi ficando cada vez mais sério.
- Eu sou apaixonado por você desde que te vi a primeira vez ! Disse  Roberto.
- Mas eu também gosto de você há muito tempo. Só não tive coragem de me declarar antes. Contrapôs Flávio.
E assim foi se  desenvolvendo o assédio ã garota que mal respondia aos apelos cada vez mais dramáticos dos meninos.
Até que, ao descerem no ponto da menina fizeram o ultimato:
- De hoje não passa, você vai ter que escolher um de nós.
Foi só quando a menina o escolheu que Flávio percebeu que o brincadeira havia passado dos limites.
Não havia como desfazer o que havia sido feito...


quinta-feira, 14 de abril de 2016

Lá vai a noiva...



          Uns diziam que realmente aconteceu, outros que não passava de uma história mal  contada. O fato é que a coisa aconteceu mais ou menos assim.
          Na igreja não cabia mais ninguém. Pudera: o pai conhecido por todos do bairro, o noivo gente finíssima e com muitos amigos, a noiva muito bonita e simpática.
          Todo mundo vestindo as melhores roupas, a paquera rolando solta, as senhoras colocando a fofoca em dia, os homens aproveitando para engatilhar algum negócio.
          Comentava-se que ia haver uma festança depois do casamento, pois a família da noiva gastara o que podia, e o que não podia, para que todo mundo tivesse do bom e do melhor e não saísse falando mal.
          O noivo aflitíssimo no altar não parava quieto e olhava o relógio a cada 30 segundos. Seu melhor amigo e padrinho tratava de acalmá-lo, que toda noiva que se preze sempre se atrasa.
          Eis que, passados 35 minutos, o órgão começa a tocar a marcha nupcial e a noiva, linda e majestosa, entra na igreja escoltada pelo pai e se dirige ao altar.
          Nota-se o alívio no semblante do noivo que, não resistindo à emoção do momento abre um sorriso meio misterioso.
          O padre dá início à cerimônia e, no momento em que faz a pergunta fatal ao noivo:
          - Fulano de tal, aceita sicrana de tal como sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?
          No que o noivo responde, sem titubear:
          - Não! Essa mulher é uma safada ordinária que me traiu com meu padrinho. Esse ordinário que se dizia meu melhor amigo.
          Mal acabou a frase saiu da igreja e deixou todo mundo falando sozinho.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Criança tem cada uma...

       
                                                 
       
           Meu primeiro nu frontal.


          Eu tinha algo em torno de 9 anos.
          No vizinho tinha um garoto uns dois anos mais velho que eu, que se chamava Nelson. Garoto mimado, filho único, levava uma vida de rei.
          Quando a corda apertava para o lado dele, Nelsinho ia logo dizendo: - Olha, que eu fujo de casa! Dona Irene, sua mãe, ficava desesperada e cedia. Assim, Nelsinho ia levando um vidão.
          Quase todo dia, vendo a cena se repetir com sucesso, resolvi tentar a sorte. Na primeira oportunidade, já nem me lembro o motivo, fui logo ameaçando: - A senhora não faz nada que eu quero. Vou fugir de casa!
           Minha mãe não falou nada. Foi para o quarto tranquilamente e voltou alguns minutos depois com uma pequena malinha na mão e disse: - Olha meu filho, a última coisa que eu queria era isso, mas se você é tão infeliz assim, o que eu posso fazer? Aqui nessa malinha estão suas roupinhas e, como eu tenho pouco dinheiro em casa, só posso te dar esses trocados. Tome muito cuidado com as pessoas, não durma em qualquer lugar e guarde o dinheiro em um lugar seguro.
            Nem bem minha mãe acabou de falar eu abri o berreiro, pedi desculpas, e nunca mais pensei em repetir a dose.
            É, as mães sabem das coisas!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

VERA




Ela, provavelmente, nem se dá conta da minha existência...
Mas ela foi meu primeiro amor.
Eu deveria ter uns treze anos ela por volta de dezoito.
Ora, um pirralho da minha idade não tinha menor possibilidade de entrar em sua lista de possíveis e, principalmente, prováveis pretendentes.
Mas ela foi meu primeiro amor.
E tudo aconteceu naquele átimo de segundo em que, olhando para seu rosto na contraluz do sol nascendo numa manhã de domingo, vi mais que um rosto bonito, vi a promessa de todo um mundo de prazeres.
Durante alguns anos sua foto foi um de meus mais bem guardados segredos.
Até que, juntamente com sua foto amarfanhada ela se dissolveu nas brumas do esquecimento...