Uns diziam que realmente aconteceu, outros que não passava de uma história mal contada. O fato é que a coisa aconteceu mais ou menos assim.
Na igreja não cabia mais ninguém. Pudera: o pai conhecido por todos do bairro, o noivo gente finíssima e com muitos amigos, a noiva muito bonita e simpática.
Todo mundo vestindo as melhores roupas, a paquera rolando solta, as senhoras colocando a fofoca em dia, os homens aproveitando para engatilhar algum negócio.
Comentava-se que ia haver uma festança depois do casamento, pois a família da noiva gastara o que podia, e o que não podia, para que todo mundo tivesse do bom e do melhor e não saísse falando mal.
O noivo aflitíssimo no altar não parava quieto e olhava o relógio a cada 30 segundos. Seu melhor amigo e padrinho tratava de acalmá-lo, que toda noiva que se preze sempre se atrasa.
Eis que, passados 35 minutos, o órgão começa a tocar a marcha nupcial e a noiva, linda e majestosa, entra na igreja escoltada pelo pai e se dirige ao altar.
Nota-se o alívio no semblante do noivo que, não resistindo à emoção do momento abre um sorriso meio misterioso.
O padre dá início à cerimônia e, no momento em que faz a pergunta fatal ao noivo:
- Fulano de tal, aceita sicrana de tal como sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?
No que o noivo responde, sem titubear:
- Não! Essa mulher é uma safada ordinária que me traiu com meu padrinho. Esse ordinário que se dizia meu melhor amigo.
Mal acabou a frase saiu da igreja e deixou todo mundo falando sozinho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário