quinta-feira, 14 de abril de 2016

Lá vai a noiva...



          Uns diziam que realmente aconteceu, outros que não passava de uma história mal  contada. O fato é que a coisa aconteceu mais ou menos assim.
          Na igreja não cabia mais ninguém. Pudera: o pai conhecido por todos do bairro, o noivo gente finíssima e com muitos amigos, a noiva muito bonita e simpática.
          Todo mundo vestindo as melhores roupas, a paquera rolando solta, as senhoras colocando a fofoca em dia, os homens aproveitando para engatilhar algum negócio.
          Comentava-se que ia haver uma festança depois do casamento, pois a família da noiva gastara o que podia, e o que não podia, para que todo mundo tivesse do bom e do melhor e não saísse falando mal.
          O noivo aflitíssimo no altar não parava quieto e olhava o relógio a cada 30 segundos. Seu melhor amigo e padrinho tratava de acalmá-lo, que toda noiva que se preze sempre se atrasa.
          Eis que, passados 35 minutos, o órgão começa a tocar a marcha nupcial e a noiva, linda e majestosa, entra na igreja escoltada pelo pai e se dirige ao altar.
          Nota-se o alívio no semblante do noivo que, não resistindo à emoção do momento abre um sorriso meio misterioso.
          O padre dá início à cerimônia e, no momento em que faz a pergunta fatal ao noivo:
          - Fulano de tal, aceita sicrana de tal como sua legítima esposa, prometendo amá-la e respeitá-la, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe?
          No que o noivo responde, sem titubear:
          - Não! Essa mulher é uma safada ordinária que me traiu com meu padrinho. Esse ordinário que se dizia meu melhor amigo.
          Mal acabou a frase saiu da igreja e deixou todo mundo falando sozinho.

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