sexta-feira, 30 de abril de 2010

Propriedade alheia

Estou sentado na primeira fileira de bancos, na janela do lado esquerdo, atrás do motorista, quando entra um rapaz dos seus 40 anos, trajado de terno e gravata. Acomoda-se ao meu lado, abaixa o encosto do banco e na maior sem cerimônia mete os pés calçados no vidro em frente, esticando-se confortávelmente.
De vez em quando eu pego os ônibus de Santos para São Paulo e vice-versa. E , de quando em quando, me deparo com essa cena. Agora imagine a reação dessas mesmas pessoas se você ao entrar no automóvel delas fizer a mesma coisa no painel do veículo. Provávelmente ficarão indignados, não é mesmo?
Mas qual é a diferença? No raciocínio enviesado deles não há por que ter respeito pela propriedade alheia. E o que me deixa mais espantado é que, às vezes, aparentam ser pessoas esclarecidas.
Algumas dessas pessoas acredito que sejam usuários contumazes desses ônibus tendo, portanto, interesse em conservá-los para o próprio conforto.
Na quadra em que moro tem dois pares de telefones públicos, um em cada esquina. Estaria bem servido se, pelo menos, algum deles funcionasse. Felizmente tenho telefone, mas volta e meio vejo algumas pessoas que, por algum motivo estão na rua e precisam usá-los e não podem. Eu mesmo já me vi as voltas com o celular                com a bateria descarregada, tendo que sair testando telefone público, um atrás do outro, até encontrar algum que esteja funcionando. O que será que vai na cabeça das pessoas que destroem o bem público pois, salvo engano meu, parece-me que são justamente as que mais necessitam desses serviços.
Aqui na avenida da praia, graças ao policiamento intensivo, quase não se vê pichação. Mas, basta andar  uma quadra para dentro que começam a aparecer os indefectíveis garranchos. O sujeito gasta dinheiro de próprio bolso para emporcalhar o muro ou fachada alheia. Para provar o quê? Se alguém souber por favor me esclareça, por que minha mente limitada não consegue chegar a uma conclusão.
Agora grafite é outra conversa. Em todos os sentidos. Mas, como os grafiteiros são pessoas de bom gosto e educadas só colocam a sua arte com prévio consentimento do proprietário.


P.S.: A foto acima é de autoria de Maicon Rocha.

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