sábado, 24 de abril de 2010

OUTRO POST SOBRE A DITADURA?!!!

                                            (Lei da atração - Vadim Nardim)


É verdade! Muito já se falou sobre este negro período da história do Brasil. Embora alguns pontos ainda permaneçam obscuros.
Mas o que tenho para expor vai contra a maior parte do que já se escreveu e, justamente por isso, vou ser execrado por muita gente.
Como nasci no início dos anos 50, parte do que vivi do período é embotado na minha memória. Principalmente porque era jovem e tinha outros interesses na época.
Venho de uma família extremamente humilde e comecei a trabalhar bem cedo pois foi a unica maneira de fazer frente a certas necessidades. Felizmente meus pais sempre priorizaram a escola. Me lembro que, aos quinze anos, quando trabalhava no Banco Mercantil de São Paulo no centro da capital, de repente alguém no meio do povo gritava: - Lá vem os estudantes! E todos saiam correndo desesperados, entrando na primeira porta que encontravam aberta. Era puro terror. Eu só me recordo do medo estampado na face das pessoas. Talvez seja de difícil compreensão para a geração da internet mas aos quinze anos ainda éramos quase crianças e não tínhamos acesso a esse volume enorme de informação.
É óbvio que, como qualquer pessoa um pouco esclarecida, não concordamos com o que aconteceu no período. Por outro lado, não há como negar que foi uma das melhores épocas da minha vida. Estamos falando naturalmente da parte financeira, porque o resto eu simplesmente desconhecia. Ou fazia vista grossa.
Não se trata aqui de discriminação mas o que ficou evidente para mim é que os ativistas sempre saíram das camadas mais favorecidas da população. Só pensa em ideologia quem já tem satisfeito as necessidades básicas. O cara que tem que ficar batalhando para botar um prato de comida na frente dos filhos não tem tempo para ficar pensando em política.
Depois de muito ralar eu consegui entrar na ESPM e, no segundo ano arrumei um emprego como assistente de marketing numa indústria farmacêutica. Fui alçado às alturas: dava metade do salário para a minha mãe e ainda deu para comprar um carro esportivo novo. Era uma festa só! Nunca ganhei tanto dinheiro como nos anos 70 e começo dos 80. E parece que não foi só eu, muita gente da mesma faixa de idade já me confessou em off que sentia saudade dos tempos da ditadura. Financeiramente, é claro.
Com o passar dos anos, tendo como hábito profissional a leitura de vários jornais diariamente, além do contato com pessoas engajadas politicamente fui tomando conhecimento da situação do país.
Se por um lado não tenho motivos para me orgulhar, também não vejo razão para sentir vergonha,

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